Ministro Barroso se reuniu com juízes capixabas na 12ª edição do Diálogos da Magistratura, promovido pela AMB em Vitória

O evento foi realizado nesta segunda-feira (19), em Vitória (ES), reunindo o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, a Diretoria da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e magistrados capixabas na sede da Amages. Em debate, os principais desafios da magistratura brasileira, com foco na valorização da carreira, na estrutura de trabalho e no aprimoramento da prestação jurisdicional.

"Vivemos hoje no Brasil uma epidemia de judicialização. O Supremo tem buscado atuar com responsabilidade para racionalizar o sistema e enfrentar os excessos de litigância, que sobrecarregam juízes e dificultam a entrega da Justiça com a qualidade que a sociedade merece", afirmou o ministro Barroso.

O programa, idealizado pela AMB com apoio do STF, do CNJ e das associações regionais, busca escutar diretamente os juízes de todo o país, criando um canal sem intermediários entre a base da magistratura e os órgãos superiores. A iniciativa tem reforçado o protagonismo da magistratura na formulação de soluções institucionais.

"Esse programa é um gesto de valorização. É uma parceria nessa aventura que é prestar justiça neste país fascinante que é o Brasil", disse Barroso. "Fazemos muitas coisas boas, resolvemos problemas reais e delicados, e o melhor que podemos fazer é prestar esse serviço com excelência e integridade."

Durante o encontro, o ministro apresentou ainda iniciativas estruturais em curso no STF e no CNJ, como a padronização das emendas, o estímulo à adoção de linguagem simples nas decisões judiciais, o exame nacional da magistratura e o fortalecimento da política de paridade de gênero nos tribunais.

A presidente da Amages, Glícia Mônica Dornela Alves Ribeiro, abriu o encontro ao lado do presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), desembargador Samuel Meira Brasil Jr., destacando o simbolismo do evento para os magistrados capixabas: "É uma experiência enriquecedora e que contribui para o fortalecimento da justiça capixaba e para uma prestação jurisdicional célere e digna, que atenda a toda a população."

Representando o presidente da AMB, Frederico Mendes Júnior, participaram o secretário da entidade e presidente da Amagis-DF, Carlos Alberto Martins Filho, e a coordenadora da Justiça Estadual da AMB, Vanessa Mateus.

"A AMB é uma caixa de ressonância dos associados. Temos atuado para fortalecer a magistratura e o Poder Judiciário, com foco não apenas na pauta remuneratória e estrutural, mas também em medidas institucionais que reconheçam o valor da nossa carreira", afirmou Vanessa Mateus.

Ela ressaltou iniciativas como a licença remuneratória, a defesa da atividade de risco, a valorização dos aposentados e a regulamentação da permuta como prioridades da entidade.

O Juiz Carlos Alberto Martins Filho reforçou o valor institucional da escuta direta: "O ministro Barroso é um defensor da magistratura e tem promovido um diálogo aberto, franco e comprometido com a valorização da nossa carreira. Essa escuta tem feito diferença."

Durante o encontro, juízes apresentaram demandas concretas relacionadas ao cotidiano da magistratura, como a sobrecarga causada pela multiplicidade de sistemas eletrônicos — a exemplo do Sisbajud, Renajud e Infojud — e o tempo consumido na pesquisa de dados de partes e ativos processuais. Também foram abordadas questões relativas à execução judicial, ao exame nacional da magistratura e à imagem do Judiciário perante a sociedade.

O presidente Samuel Meira Brasil Jr (TJ-ES)., afirmou que o programa tem comprovado o valor de uma liderança participativa e próxima da realidade dos magistrados.

O evento contou com a participação da Justiça Federal e do Trabalho.

Também participaram do encontro, o conselheiro do CNJ José Rotandano; a presidente da Amatra 17, Anna Beatriz Matias Diniz de Castilhos Costa; a secretária-geral do CNJ, Adriana Alves dos Santos Cruz; a assessora-chefe do gabinete da presidência do CNJ, Leila Mascarenhas; e o juiz auxiliar do CNJ, Frederico Montedonio Rêgo.

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